O que Dilma diz sobre as manifestações
O que Dilma diz sobre as manifestações
Ao longo de cinco minutos de discurso no Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff fez nesta terça-feira (18) sua primeira manifestação contundente sobre os protestos que vêm tomando as principais capitais do paÃs desde a semana passada, e que ontem culminaram em mais de 240 mil pessoas nas ruas.
Quebrando o silêncio,
elogiou o caráter democrático das manifestações, criticou episódios isolados de violência e disse que o "Brasil tem orgulho" dos manifestantes pacÃficos.
"O Brasil hoje acordou mais forte. A grandeza das manifestações de ontem comprovam a energia da nossa democracia, a força da voz da rua e o civismo da nossa população. à bom ver tantos jovens e adultos, o neto, o pai, o avô, juntos com a bandeira do Brasil, cantando o hino nacional, dizendo com orgulho "eu sou brasileiro" e defendendo um paÃs melhor. O Brasil tem orgulho deles", afirmou a presidente, durante a apresentação do novo marco regulatório da mineração, no Palácio do Planalto.
POLÃCIA
A presidente elogiou, ainda, a postura das forças policiais nas manifestações de ontem, em mais de uma dezena de capitais brasileiras - entre elas, BrasÃlia, em que manifestantes ocuparam o terraço do Congresso Nacional, ao lado do Palácio do Planalto.
"Devemos louvar o caráter pacÃfico dos atos de ontem. O caráter pacÃfico dos atos públicos de ontem evidencio! u também o correto tratamento dado pela segurança pública à livre manifestação popular. Conviveram pacificamente. Infelizmente, porém, é verdade, aconteceram atos minoritários e isolados de violência contra pessoas, contra o patrimônio público e privado, que devemos condenar e coibir com vigor. Sabemos, governo e sociedade, que toda violência é destrutiva, lamentável e só gera mais violência. Não podemos aceitar jamais conviver com ela", disse.
Dilma chegou a vincular as demandas dos manifestantes ao surgimento de "cidadãos que querem mais" através das polÃticas sociais de seu governo e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"O meu governo, que quer ampliar o acesso à educação e à saúde, compreende que as exigências da população mudam. Mudam. Mudam quando nós mudamos também o Brasil. Porque elevamos a renda, porque ampliamos o acesso ao emprego, porque demos acesso a mais pessoas à educação, surgiram cidadãos que querem mais, que têm direito a mais", afirmou a presidente.
Até então, Dilma vinha buscando se manter distante de uma avaliação mais aprofundada sobre as manifestações. Ontem, no inÃcio da noite, no primeiro comentário sobre os episódios, limitou-se a divulgar um comunicado de 16 palavras: "As manifestações pacÃficas são legÃtimas e são próprias da democracia. à próprio dos jovens se manifestarem", disse.
Leia a Ãntegra do discurso de Dilma Rousseff sobre as manifestações:
"O Brasil hoje acordou mais forte. A grandeza das manifestações de ontem comprovam a energia da nossa democracia, a força da voz da rua e o civismo da nossa população. à bom ver tantos jovens e adultos, o neto, o pai, o avô, juntos com a bandeira do Brasil, cantando o hino nacional, dizendo com orgulho "eu sou brasileiro" e defendendo um paÃs melhor. O Brasil tem orgulho deles.
Devemos louvar o caráter pacÃfico dos atos de ontem. O caráter pacÃfico dos atos públicos d! e ontem e! videnciou também o correto tratamento dado pela segurança pública à livre manifestação popular. Conviveram pacificamente.
Infelizmente, porém, é verdade, aconteceram atos minoritários e isolados de violência contra pessoas, contra o patrimônio público e privado, que devemos condenar e coibir com vigor. Sabemos, governo e sociedade, que toda violência é destrutiva, lamentável e só gera mais violência. Não podemos aceitar jamais conviver com ela.
Isso, no entanto, não ofusca o espÃrito pacÃfico das pessoas que foram à s ruas democraticamente pedir pelos seus direitos. Essas vozes das ruas precisam ser ouvidas. Elas ultrapassam, e ficou visÃvel isso, os mecanismos tradicionais, das instituições, dos partidos polÃticos, das entidades de classe e da própria mÃdia.
Os que foram ontem à s ruas deram uma mensagem direta ao conjunto da sociedade, sobretudo aos governantes de todas as instâncias. Essa mensagem direta das ruas é por mais cidadania, por melhores escolas, melhores hospitais, postos de saúde, pelo direito à participação. Essa mensagem direta das ruas mostra a exigência de transporte público de qualidade e a preço justo. Essa mensagem direta das ruas é pelo direito de influir nas decisões de todos os governos, do Legislativo e do Judiciário. Essa mensagem direta das ruas é de repúdio à corrupção e ao uso indevido do dinheiro público. Essa mensagem direta das ruas comprova o valor intrÃnseco da democracia, da participação dos cidadãos em busca de seus direitos.
Eu queria dizer aos senhores: a minha geração sabe o quanto isso nos custou. Eu vi ontem um cartaz muito interessante que dizia: "Desculpe o transtorno, estamos mudando o paÃs". Eu quero dizer que o meu governo está ouvindo essas vozes pela mudança. O meu governo está empenhado e comprometido com a transformação social. A começar pela elevação de 40 milhões de pessoas à classe média, com o fim da miséria.
O meu go! verno, qu! e quer ampliar o acesso à educação e à saúde, compreende que as exigências da população mudam. Mudam. Mudam quando nós mudamos também o Brasil. Porque elevamos a renda, porque ampliamos o acesso ao emprego, porque demos acesso a mais pessoas à educação, surgiram cidadãos que querem mais, que têm direito a mais.
Sim, todos nós estamos diante de novos desafios. Quem foi ontem à s ruas quer mais. As vozes das ruas querem mais, mais cidadania, mais saúde, mais educação, mais transporte, mais oportunidades. Eu quero aqui garantir a vocês que o meu governo também quer mais, e que nós vamos conseguir mais para o nosso paÃs e para o nosso povo."
Creditos a folha de São Paulo
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